segunda-feira, 19 de julho de 2010

Preconceito, passe adiante - Estilo de vida #01

        Todos fomos à escola, aprendemos que preconceito é ruim, que não se deve julgar as pessoas antes de conhecê-las e toda essa merda que vem junto desse discurso conservador (também vimos o episódio do Castelo Rá-Tim-Bum da menina azul). Mas se está lendo esse texto, você prefere ler algo não-conservador.
        Pra começar, eu sou preconceituoso e o governo sabe disso. Como? Se você fez ou fará o ENEM tem uma pergunta de sim ou não no formulário de inscrição que era: "Você se considera preconceituoso?". Logo após tinha outra pergunta de sim ou não: "Você conhece alguém preconceituoso?". Marquei sim nas duas. Pra quê que o ENEM faz essas perguntas? É uma pegadinha genial. Nos resultados em amplo expectro mostram que quase 100% das pessoas conecem alguém preconceituoso, mas a porcentagem de pessoas que se consideravam preconceituosas não chegava a 5%, talvez menos, não me lembro.
        Já deve ter notado, né? Todo mundo conhece alguém preconceituoso, só que poucos são os preconceituosos. Por que? temos algumas opções:
        Opção A - Tem um cara muito preconceituoso e ele é famoso pra caralho, tipo o Papa com os gays.
        Opção B - Tem muitas pessoas preconceituosas no mundo, só que deu de calhar que elas não fazem o ENEM.
        Opção C - Seu bando de hipócrita que respondeu não na primeira pergunta e sim na segunda.

        Sou preconceituoso, vejo o preconceito não como uma coisa a ser combatida, mas como uma coisa inata, quando éramos um bando de tribos de pessoas semi-nuas e encontrávamos outra tribo com características físicas ou comportamentais um pouco diferente de nós, não chamávamos eles para um chá com biscoitos. O preconceito foi selecionado pois protegia quem era preconceituoso de morrer nas mão de um bando de filha da puta.
        Considero que ao vermos alguém diferente e nos sentirmos um pouco incomodados já é um tipo de preconceito, mesmo que não demonstremos de forma aberta, só a sensação de desconforto já é o preconceito.
        Assim como o ódio, a raiva e a inveja, o preconceito é uma emoção que nós temos e por isso não é possível combater e por fim erradicá-lo. Temos que aceitá-lo como parte de nós, aprender a controlá-lo e com isso eu quero dizer, dar uma chance às pessoas com quem temos preconceito.
        Por isso faço algo meio de doido, eu invento tipos de preconceito. Preconceito contra canhotos, contra albinos, contra velhas, que são ridículos, mas qual preconceito não é? É uma emoção e por ser emoção não segue a lógica. Ao inventar preconceitos ridículos as pessoas começam a notar como é ridículo ter qualquer tipo de preconceito. Faça sua boa ação do dia, invente um preconceito ridículo e expresse-o publicamente. Você vai ser taxado de idiota ou de engraçado, ou dos dois, mas vai ensinar às pessoas coisas importantes sobre preconceito. O South Park faz isso direto, garotos ruivos (não tem alma), judeus e todo os outros preconceitos malucos do Eric Cartman

        Eu também tenho uns preconceitos que vendo abertamente e que nunca vi ninguém achar um absurdo a principal vítima: ciganos, logo seguidos dos hippies. Muito pelo contrário, a maioria das pessoas com quem eu converso e exponho a idéia tem também preconceito com ciganos e também descobri outros preconceitos, um amigo meu tem preconceito contra índios, coisa que eu pensei ter acabado no velho oeste, junto com os índios. Ou seja, eu considero a opção C como a verdadeira, ainda mais que nunca ia pensar no Papa como uma pessoa preconceituosa, a não ser que fosse escrever um texto sobre isso.
        Mesmo não podendo combater o preconceito em si, podemos diminuir sua intensidade, e controlá-lo melhor, pense nas crianças, do que eu falei no começo do texto sobre o que a escola nos ensinam e de coisas como o episódio da menina azul, se você for criado num lugar onde eles ensianam que, de fato, um certo grupo de pessoas estupra crianças, faz salsichas dos idosos e comem com os pés, lógicamente que seu grau de preconceito com esse grupo de pessoas vai aumentar, como aconteceu e acontece incontáveis vezes pela história do mundo. Ou pelo contrário, vangloriando o próprio povo, dizendo de como eles são melhores que o resto, as crianças vão logo crescer com o pensamento que as demais pessoas são inferiores. Isso acontece na China atual eles ensinam as crianças que são descendentes de uma outra raça de humanos, não uma que migrou da África, mas uma que se desenvolveu na China mesmo.
        Vou parar por aqui mesmo. Crie seu preconceito estúpido e venda-o. Admita e aceite seu preconceito. E dê uma chance para quem você tem preconceito, pois alguém tem preconceito de você. Mesmo que seja um preconceito ridículo.
        Té mais!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

E quem diabos é você? - Comportamento individual #04

     Um antropólogo já disse que o brasileiro é um ser hierárquico e que a frase: "Você sabe com quem está falando?" resume bem o jeito do brasileiro pensar e agir. As copas de 2006 e de 1998 são bons exemplos, naquelas épocas, diferente desse ano, não nos conformávamos em não termos sido campeões. Só lembrando que de 32 países que vão à copa, somente um é campeão. Perder é a coisa mais normal que existe e enquanto todos os outros países discutiam de como suas seleções tinham jogado e como o Brasil tinha jogado bem, nós só ainda não tínhamos engolido a derrota, pois a tínhamos a vitória como certeza
     Contudo, não estamos aqui para falar de copa, ou estamos? Se esse for o caso, vá no blog do polvo Paul que ele vai saber mais que dos muitos ditos especialistas. E é desses ditos especialistas que eu quero falar hoje. Caras como eu que falam: "um antropólogo" e não dão a fonte, que vão na orelhada, no ouvi dizer, que lêem apenas a parte que os importa, ignorando a totalidade da obra. Sim, esses ditos criadores de opinião, conselheiros, especialistas, jurados, você sabe de quem eu estou falando.
     Na verdade, o que me deu força motriz pra escrever esse post foi que recebo de graça uma revista muito ruim. E sempre há reportagens de alguns ilustres desconhecidos que dão dicas de temas variados, entre eles e o que eu acho mais ultrajante são as dicas de alimentação/saúde. E o melhor, eles dão seus nomes, mas não indicam nada da formação do sujeito, seria o mesmo que eu perguntar a um mendigo louco (todos conhecem um mendigo louco) a sua opinião sobre a origem da vida na terra, escrever uma matéria que diz que somos na verdade espíritos de extraterrestres que foram eliminados por armas atômicas pelo líder maléfico Xenu (não tenho criatividade para inventar alguma coisa aqui então coloquei a teoria da origem do homem explicada pela cientologia)  e colocar o nome do figura lá.
     MÁ PÉRAÊ! Você disse no começo do artigo que somos seres hierárquicos. O que você propõe, não é o contrário? Não, porque nesse caso, ficamos na outra parte da hierarquia. Sempre há um lado que manda e outro que cumpre, quando estamos lendo um texto, mesmo que eles esteja numa revista vagabunda, nos sujeitamos a ficar do lado mais baixo da hierarquia, nós tentamos aprender com o texto e por isso corremos o risco de levar o que um mendigo louco tem a dizer como a verdade. O mesmo acontece com documentários de televisão. Um ótimo combo-breaker é Borat, que finge ser um cara do Cazaquistão, e nós, ignorantes sobre o Cazaquistão, deixamos ele fazer absurdos, já que, segundo nosso pensamento, ele só está vivendo segundo os costumes de seu país.
     Quando somos ignorantes sobre alguma coisa, tendemos a acreditar em qualquer coisa que apareça à frente, por isso, temos que ter fontes certas e especialistas de confiança e por causa disso, precisamos de pessoas como Rosana Hermann, que mesmo quando escreve sobre a origem das palavras, coloca claramente que é Mestre em Física Nuclear pela USP, que trabalha com comunicações desde 1983, e sempre coloca em suas matérias o livro em que colheu os dados.
    Um contra-exemplo: os iranianos chegaram ao absurdo de dizer na TV que estavam com um programa nuclear para fazer água pesada (coisa radioativa) para combater o câncer e a AIDS. Já que: "como se sabe, em um ambiente com deutério o víruas da AIDS e as células cancerígenas não se multiplicam". Absurdo? Para você pode parecer, mas para milhares de ignorantes no Oriente Médio pode parecer plausível. Na verdade não precisamos ir tão longe quanto o Oriente Médio.
     Por isso, porque não achar um absurdo as matérias escritas por pessoas que não sabemos o que fazem, com fontes que não sabemos de onde vêem (segundo Borat, o cientista de seu país, Dr. Fulano provou que o cérebro de uma mulher não é maior que o de um esquilo.) dizendo a nós o que comer e o que não comer, como fazer para perder peso ou para se relacionar com os outros? Lembrando que não precisamos ir tão longe para achar pessoas de baixa instrução. E se escrevem errado algo e prejudicam a população, isso não podia ser considerado até um crime?
    Eu não sei como terminar esse post, está muito sério.
    Vou terminar com uma piada. A MELHOR PIADA DO MUNDO
    Foi eleita a melhor piada do mundo. Acredite, houve uma pesquisa e essa foi votada a melhor piada do mundo.
     Dois camaradas estão caçando. Um deles cai no chão. O outro voa para o celular e liga para um hospital. Explica para a telefonista: “Ele está morto. Que é que eu faço?”
A moça do hospital: “Primeiro, certifique-se de que está morto mesmo.” Ouvem-se dois tiros. Volta o primeiro caçador ao telefone: “Tudo bem. Agora, eu faço o quê?”
     Essa piada foi o resultado de uma pesquisa de um ano feita pelo doutor Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, fundador de um centro, o Laughlab. No qual analisou mais de 40.000 piadas.
    Viu, eu coloco fontes confiáveis por aqui de vez em quando.
    Acho que outra tira da Vida do Tama sai ainda essa semana.
    Té mais

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vida do Tama #01

Sempre quis fazer quadrinhos, mas não sei desenhar e meus roteiros não vão muito longe pois tenho a maioria das minhas idéias tomando banho ou divagando antes de dormir e elas somem assim que tento lembrar delas. Idéias filhas da puta. Pra resolver esses dois problemas: os desenhos vão ser tirados da internet, ou feitos no famoso South Park Studio e o roteiro vai ser feito pela minha vasta experiência de vida. Infelizmente, sim, é tudo verdade. Espero que gostem, pois, gostando ou não, virão mais.