segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Efeito amendoim e o jogo maldito - Comportamento individual #02; Inversão de valores #01


Eu ia postar esse texto domingo de madrugada, mas no que eu tinha acabado de escrevê-lo, miha net caiu. Ah, mas que grandessíssimo filha da puta, mentiroso e caluniador. Entretanto, estamos mais uma vez aqui para mostrar uma nova teoria e não para insultar o atrasado, porém belo dono do blog, por isso, vamos logo ao assunto.

Para explicar o Efeito Amendoim nada melhor do que criar um cenário em que todos já nos vimos: um almoço de família. Se sua família é como a minha, tem momentos no ano em que todo mundo se reúne na casa de alguém, comem e bebem e ficam zonzos de tanto que ingeriram. Episódios como esse ocorrem na minha família em ano novo, páscoa, dia das mães, dia dos pais e natal (necessariamente nessa ordem), e esporádicas feijoadas comemorativas sem nenhuma data em especial, acho que minha família tem uma síndrome de abstinência por colesterol e por isso, vira e mexe tem que inventar alguma coisa para dar aquela demão de arterioesclerose na parede dos vasos.

E, depois de bater dois pratos de feijoada com pimenta e farinha, você fica ainda na mesa porque está embrejado devido a quantidade horrenda de calorias que ingeriu. Não aguenta mais comer, não aguenta mais beber, não consegue se mexer (a não ser que ouça a palavra sobremesa, que faz tudo isso passar e faz você comer mais uns docinhos só para voltar na posição inicial de empachamento pós-brandial).
Novamente, se sua família é como a minha, as mães e as tias tiram a mesa e logo abrem espaço para conversar e para jogar baralho, seja buraco, seja tranca, seja truco valendo o toba, que diabos pode ser até ROUBA-MONTE, O JOGO MAIS INGRATO DO UNIVERSO, que minha família não vai negar a raça e vai jogar baralho, não importa.

CÉUS COMO EU ODEIO ROUBA-MONTE, JOGO MALDITO! SEM ESCRÚPULOS, INJUSTO QUE SEMPRE ME ROUBAM MEU MONTE QUANDO TÁ ACABANDO O JOGO!

Estou mais calmo agora.

Te fazem mudar de lugar para jogarem cartas, te chamam se falta alguém pra dupla, mas ninguém nota que você não está em condições para fazer nenhuma das duas coisas, já que você tem meio leitão passando por seu duodeno. E para conversar e para jogar baralho um item fundamental é uma tigela com amendoins, no meio de todo mundo.

E você chapado de tanta comida que não aguenta nem levantar uma hora se depara com aquela tigela de amendoins na sua frente e instintivamente vai até ela, pega um e come. E depois mais um, e mais um e mais um. E quando percebe, se vê numa cena paradoxal, você não consegue fazer nada porque comeu demais, mas ao mesmo tempo está acabando com a tigela de amendoim de pouco em pouco. E o pior, depois de algum tempo, alguém pede pra você passar o amndoim, você passa, ele fica loge de você e quando ele está longe, você não faz o mínimo esforço para ir atrás do amendoim e comer mais.
E isso não se aplica apenas ao amendoim, casanhas-de-caju, pistache e outros frutos secos. Também com pipoca, salgadinhos, balas de banana, etc. E é irresistível, comigo principalmente com as castanhas-de-caju, ficam olhando pra mim com aquelas formas de meia-lua, pedindo para serem comidas. Como se dissessem:

"Não é justo, você já comeu dois pratos de feijoada e por isso vai deixar de nos comer? É injusto. ASSIM COMO SERIA INJUSTO SE O SISTEMA DO ROUBA-MONTE FOSSE APLICADO NAS OLIMPÍADAS OU A COPA DO MUNDO, OU VOCÊ ACHARIA ISSO JUSTO?"
 Para dar o diagnóstico definitivo que você está sob o efeito amendoim precisa de dois critérios maiores:

a) Você não está com fome, mas está comendo o amendoim por inércia, quase sem perceber.
b) Se colocam o amendoim em algum lugar fora do seu alcance enquanto parado, você não sente sua falta, nem faz esforço algum para possuí-lo novamente.

Por que o efeito amendoim ocorre? Um dos mistérios da vida. Não bolei nenhuma teoria para explicá-lo ainda, sou um mero observador e uma vítima.

ASSIM COMO SOU VÍTIMA DO DESGRAÇADO QUE ROUBA MEU MONTE NO ÚLTIMO TURNO DO JOGO! DEVEMOS ACABAR COM ESSE JOGO QUE ENSINA VALORES ERRADOS PARA AS NOSSAS CRIANÇAS!

Mais calmo agora...
Té mais!

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